quinta-feira, 1 de março de 2018

Um poema, encravado



Tinha aqui um poema, encravado na alma a fazer comichão
Não tive outra opção, se não
Escreve-lo em vez de o arrancar.
Peguei em tinta e pluma
E de nota uma a uma
Pus-me ao piano a teclar

Somos feitos de papel meu amor
Papel seda a amarelar
Somos feitos de papel que pode escurecer e enrugar

Mas eu gosto do meu papel
Do que vim ao Mundo interpretar
É um papel só meu, não o que me quiseram dar

Vi-te meu amigo,
De sorriso rasgado sincero
Também era o meu para te cumprimentar

Somos feitos de amor meu papel
Somos feitos de amor que não deve dobrar
Somos feitos de matéria que se transforma ao nevar

Somos feitos de papel
Que ao chover se pode molhar


Lúcia

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